LIBERDADE E RESPONSABILIDADE
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Como é bom podermos decidir sobre nossas
vidas, não é mesmo? Quem não quer ter domínio de si mesmo, de suas
potencialidades e possibilidades? Por incrível que pareça muita gente não quer.
Mas elas nem têm consciência disto. Muitas pessoas entregam as decisões e os
acontecimentos de suas vidas a terceiros.
Para termos a tão sonhada liberdade
precisamos ser responsáveis por nós mesmos. Nossos atos, o que somos, como
levamos nossas vidas, nossas decisões, tudo isto têm que ser assumido por nós.
Isto é responsabilidade. E é ela que permite a verdadeira liberdade, que nada
tem a ver com libertinagem e inconsequência.
Sermos capazes de responder por nossos
atos, por nós mesmos, mesmo quando as coisas não dão certo, é a melhor coisa.
Sentir esta autonomia interior é nos sentirmos livres, é nos sentirmos donos de
nós mesmos, é estarmos em posse de nosso próprio poder.
Quando falo em poder pessoal, ele nada tem
a ver com esse poder dominador e autoritário que vemos reinando em nossa
sociedade dita civilizada. Este poder deturpado é reflexo da falta do
verdadeiro poder interior, aquele que é fruto do contato com nossa verdadeira
natureza, aquele que é sábio, criativo, potente e generoso.
Vivemos num mudo que há muito funciona com
o intuito de tirar o poder pessoal do indivíduo. A política e a religião, em
geral, fazem isto. E todos sabem que por muito tempo elas andaram de mãos dadas
na dominância do povo. A época da Inquisição é apenas um exemplo. Falo aqui da
religião como instituição, que pouco tem a ver com o seu significado original.
Religião para mim significa "simplesmente"
uma forma de se ligar, ou melhor, se religar ao Divino. Vide a origem de sua
palavra, religare. Cada um vai buscar seus próprios meios para isto. Os
caminhos são muitos. Não é necessário um intermediário para esta conexão com o
Divino. Isto já é uma forma de colocar o seu poder pessoal na mão de outro.
Não nascemos sabendo, precisamos aprender
em todas as áreas de nossas vidas. Precisamos de professores, instrutores, orientadores,
mas isto não quer dizer que devamos colocar nosso poder pessoal em suas mãos
porque eles sabem mais do que nós. E quantas vezes um mestre aprende com um
discípulo? Respeito é necessário sim, mas não submissão.
Infelizmente, muita gente prefere não
assumir seu próprio poder exatamente para fugir da responsabilidade. É mais
cômodo para estas pessoas. Se der algo errado não foi culpa delas. Isso também
é bom para o orgulho, ou melhor, para o falso orgulho.
Até mesmo pessoas que exteriormente
parecem ter muito "poder" social, pessoas com muito dinheiro e
pertencentes a cargos considerados importantes, demonstram que estão
desprovidas de seu verdadeiro poder pessoal quando os coloca na mão de um vidente,
de um guru, ou algo do gênero. Como já disse, orientação é uma coisa, já, fazer
o que seu mestre mandou é outra, e precisamos estar bem atentos quanto a isto.
Conheço casos assim. Um exemplo é uma
pessoa que joga a responsabilidade de suas decisões amorosas na mão de seres
espirituais. Casa e descasa de acordo com o que esses "seres" dizem
que deve ser feito. E essa pessoa se acha extremamente poderosa, por conta do
seu dinheiro e status social. Não, não é uma mulher, é um homem.
Outro exemplo é este: "Sua vida não
dá certo porque fizeram macumba, magia, feitiço, pra te prejudicar". Muita
gente gosta de acreditar nisso. Parece bem mais fácil jogar a responsabilidade
dos seus erros nas costas dos outros. Prece mais não é.
Cresça um pouco mais e verá como é melhor
se responsabilizar por sua própria vida. Pode dar mais trabalho, mas é muito
gratificante! Viemos ao mundo para evoluir. Quem pode evoluir culpando os
outros?
Mas responsabilidade também não é se
culpar, não. Vamos abolir a culpa. Responsabilidade é conhecer a lei da causa e
efeito, dos atos e suas consequências, é perceber quando algo precisa ser
mudado, é autoconhecimento, é transformação constante, enfim, é liberdade!
Anna Leão (Favor mencionar autoria e fonte
ao reproduzir este artigo).
Comentários
Parabéns pelo belo texto.
João