CHOCADA E REVOLTADA!!!
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Fiquei chocada ao ler a
entrevista da escritora francesa Corinne Maier, no Globo online. Autora do
livro ''Sem Filhos'', ela defende a esterilidade e aponta 40 razões para não se
ter filhos.
É claro que pessoas mal resolvidas,
neuróticas ou problemáticas precisam se resolver primeiro antes de assumir a
responsabilidade por alguém, ou mesmo por alguma coisa importante, pensando
bem.
Não estou aqui fazendo apologia
à maternidade, e acredito que existem mulheres que realmente não têm essa
vocação ou destino. Mas fazer apologia a não maternidade, como faz a escritora
Maier, para mim é querer ganhar dinheiro em cima de uma polêmica. Pois acredito
que se ir contra algo tão natural e humano é cometer um delito. Aliás, na
entrevista, Maier coloca a procriação como algo limitado (???). Bom, vejo aqui
o terrível ego daqueles que querem ser maiores do que as leis Universais,
pobres mortais!!!
Espero que Maier aproveite o dinheiro ganho e vá tratar de seus
traumas emocionais e de sua saúde mental. Para mim, a escritora em questão é
reflexo e produto desta sociedade neurótica e extremamente individualista e
inconsciente. Ela mostra esta inconsciência quando não percebe que ela vive
tudo que ela critica nos filhos.
Dizer que filho ajuda a
perpetuar uma sociedade consumista e capitalista para mim é passar atestado de
incompetência e ignorância. Pois há boas formas de se educar uma criança,
apesar de tudo.
Fico pensando: ou seus filhos
estão coniventes com ela para se darem bem com a venda do livro de sua autoria,
ou então, as pobres crianças ( no caso adolescentes) têm uma mãe extremamente
egoísta que nem percebe - ou não se importa - com o mal que está causando aos
seus filhos com esta declaração.
Corinne Maier coloca que ter filhos é ficar presa por uns vinte
anos. É engraçado que muitos falam isto do casamento. Mas a verdade é que a
tudo que nos dedicamos há, ou pelo menos deveria haver, um comprometimento, o
que a autora, erroneamente, traduz por aprisionamento. Talvez porque não saiba
lidar com isto, talvez porque realmente não seja para ela; mas longe de
levantar isto como uma bandeira.
Volto a reafirmar aqui, em meu
blog, que o que precisamos para salvar a humanidade é de uma postura
extremamente contrária a desta autora. Precisamos da verdadeira energia
feminina, como já disse aqui. Aquela que preserva a individualidade sem ser
individualista; aquela que nutre, que ama (verdadeiramente), que cura. É disso
que precisamos: mães de verdade, mulheres de verdade, em todos os sentidos, e
não, arremedos de homens.
Vivemos num mundo em que as
pessoas não querem crescer. Querem ficar congeladas no tempo, física, emocional
e mentalmente, e em seus comportamentos como consequência.
Esbarro em pessoas totalmente
conflitadas, perdidas, fazendo tempestades em copos d'água em seus relacionamentos.
Falta estrutura interna,
valores sólidos, espiritualidade (em seu sentido mais amplo). É triste ver uma
mulher como esta - e como ela, infelizmente, há milhares de pessoas -
precisando tanto do externo para se sentir preenchida.
O pior é que quando estas pessoas conseguem tudo que dizem
desejar, como a autora coloca, poder, dinheiro, status, emoção (as traduções
são estas), elas continuam se sentindo vazias. Isto tudo porque estão
desprovidas de seu poder pessoal, de sua criatividade singular, de sua alma.
É claro que não é a maternidade que vai trazer este preenchimento,
mas também, nenhuma dessas outras coisas. Pois ele não vem de fora, ele é
construído de dentro pra fora, ele brota dentro, ele cresce dentro.
Sei que pessoas assim não mudam
de uma hora para outra. Mas fico penalizada de ver que pessoas assim não querem
se curar e sim adoecer os outros. São pessoas que perderam as esperanças, se é
que as tiveram um dia.
O mais contraditório para mim foi ler a autora falando em mudar o
mundo e a sociedade, e que os filhos tiram o tempo para isto. Sinceramente,
acho que se você não pode cuidar dos seus, não pode cuidar de muitos. Para mim
isto tem apenas um nome: egocentrismo.
Eu, tendo as minhas filhas, escrevo sobre o que acredito, além de
educá-las dentro disto. Não vejo nenhum empecilho, nem de um lado, nem do
outro, muito pelo contrário, as duas coisas caminham juntas.
Anna Leão (Favor mencionar
autoria e fonte ao reproduzir este artigo).
Nota: Por favor, caso não
tenham lido, sugiro que leiam os meus textos ''A NECESSÁRIA ENERGIA
FEMININA" (mês de julho) e ''MATERNIDADE''(mês de maio).
Nota: A pintura acima é
Maternidade, de Pablo Picasso
Aqui vai o link da entrevista
de Maier
Comentários
E talvez ainda venha a ter mais... sei lá.
Quando eu tinha 16 anos, minha mãe levantava a bandeira do aborto como um direito de liberdade da mulher.
Eu levantava a bandeira junto à ela, porque acreditava que uma mulher tão inteligente, tão antenada com seu tempo, só poderia ter razão.
Frequentava programas de televisão debatendo e defendendo o direito ao aborto.
Também aos 16 anos, engravidei do namorado e fiz um aborto - porque era um direito da mulher.
Quando deixei a luxuosa clínica "clandestina" de abortos, me senti uma merda enquanto mulher e enquanto ser humano.
Perdoem-me pela palavra, mas nenhuma outra resumiria minha imagem naquele momento.
Falo isso aos meus filhos e falo isso a quem me perguntar.
Não por querer levantar uma outra bandeira.
Por querer mostrar que não podemos seguir agindo de acordo com a mente de pessoas "antenadas com o tempo".
Mulheres inteligentes são burras muitas vezes!
Homens inteligentes são burros muitas vezes!
Seguir um padrão, seguir um modelo, repetir os erros dos outros como robôs sem idéias prórpias é ser ainda mais burro, ainda mais estúpido - e, geralmente, nós só nos damos conta disso depois da atitude tomada.
Eu sinto até hoje, em meu campo aurico, a consequência dessa minha atitude.
Eu sinto até hoje, em meu coração, a consequência dessa minha atitude.
Por isso, hoje busco a verdade dentro de mim - ao invés de buscá-la nos modelos de sucesso, tal qual minha mãe foi um dia.
Por isso, digo a você, Anna querida, e a todos os seus leitores: esqueçam as verdades das celebridades e dos desconhecidos.
Verdade é aquilo que há dentro de nós!
Partindo desse princípio, agindo de acordo com a nossa verdade, deixamos de ter a consequência incontralável por nossos atos e passamos a ter apenas a responsabilidade sobre eles!
Beijos e bênçãos,
Lydiah.
MUITO OBRIGADA PELO FORTE E CORAJOSO DEPOIMENTO!!!
COM CERTEZA, A VERDADE ESTÁ DENTRO DE NÓS, PELO MENOS A NOSSA VERDADE!O DIFÍCIL MUITAS VEZES É ESTAR CENTRADO PARA ENCONTRÁ-LA. TENTO SEMPRE BUSCAR ESTE CENTRAMENTO PARA NÃO ME DESVIAR DELA, POIS O QUE NOS FAZ CRESCER É ESTARMOS FIÉIS A ESSA VERDADE!
TANTO EU COM VOCÊ TENTAMOS LEVAR ISTO ÀS PESSOAS, ENQUANTO TEMBÉM NOS TRABALHAMOS, POIS SOMOS HUMANAS. MAS REALMENTE FICO REVOLTADA DE VER PESSOAS PROCLAMANDO EXATAMENTE O CONTRÁRIO!
SOU SIGNO DE FOGO, COSTUMO FERVER COM CERTAS DECLARAÇÕES TÃO LEVIANAS COMO A DA ESCRITORA EM QUESTÃO. ESPERO UM DIA CONSEGUIR MAIS SERENIDADE,MAIS LEVEZA... MAS QUEM SABE NÃO É A MINHA FERVURA QUE, PELO MENOS POR ENQUANTO, CONSEGUE ATINGIR AS PESSOAS?
MAIS UMA VEZ OBRIGADA, AMIGA!
BEIJOS,
ANNA.
BEIJOS, ANNA.