RELAÇÕES
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Outro dia, eu conversava com uma senhora que falava que todos os
dias seu marido leva café da manhã para ela, na cama. Nos fins de semana é o
contrário, ela é quem leva para ele. Achei tão incrível este cuidado. Fiquei
pensando acerca das relações, de todos os tipos...
Vivemos num mundo tão corrido, que se não tomamos cuidado, não
prestamos atenção nas pessoas que já estão ao nosso lado. A gente vê isto
acontecer muito em relações amorosas. No início, é toda uma conquista, todo um
cuidado. Depois que se acha que a pessoa já faz parte da nossa vida, que já
está “sedimentada”, ela fica lá, sem muita atenção.
É claro que nem todos são assim, vide o casal que mencionei. Mas
muitos são. Talvez, a maioria. No homem, em geral, isto se pronuncia mais.
Porém, percebo que também existem muitas mulheres perdendo este cuidado, tão
inerente ao feminino, diga-se de passagem.
O que as pessoas não percebem é como é gostoso o cuidar. Cuidar
de quem é importante pra gente, de quem a gente gosta. É importante pararmos um
pouco e termos tempo pra quem vive com a gente, seja filho, mãe, pai, irmãos,
amigos, marido, esposa ou namorado.
O estar junto tem que ser cultivado, mas o estar junto de
verdade. Não podemos tratar quem a gente gosta como um objeto da casa, e nem
podemos ser tratados assim. Não é só arranjar tempo. É mudar todo o paradigma,
todo um padrão em que vivemos atuando, onde o individualismo impera.
E não é deixar de ser você, não é deixar de ter os seus próprios
interesses, mas é ter um verdadeiro interesse também por quem faz parte da sua
vida.
Uma vez, uma amiga falava de uma senhora que morava sozinha em seu prédio e acabara de falecer. De repente, um monte de parentes começou aparecer por causa da herança, no caso o apartamento. Isto me chamou a atenção e lembrei-me de minha tia que há tempos não via e nem falava. Uma tia que sempre foi muito próxima. Alguém que merecia ser visitada, que merecia uns telefonemas, e não por obrigação. Quando me conscientizei disto, me senti tão bem em dar mais atenção, me senti com o meu coração aberto. Lembrei-me - porque às vezes a gente esquece - que realmente o que importa nesta vida é estar disponível para dar e receber amor. É ser generoso com os outros e consigo. Tudo isto é mais importante do que fazer e acontecer, mesmo que não te dê a capa de uma revista, nem um prêmio de sei lá o quê.
Com certeza, precisamos de um toque de vez em sempre, pois a pressão do entorno é muito forte e tende a nos desviar de nosso próprio centro, de nossos próprios valores, de nossos genuínos sentimentos. É claro que as coisas mudam, que a relações se modificam, mas podemos atuar nessas mudanças. E no caso de minha tia, por exemplo, se antes eu recebia dela, hoje eu posso dar a ela.
As pessoas que fazem parte de nossas vidas precisam de close também. Elas não podem viver sempre numa panorâmica, nem nós.
Anna Leão. (Favor mencionar fonte e autoria ao reproduzir este artigo).
Nota: A foto acima é do lindo filme Doce Novembro, onde a personagem de Charlize Theron, ensina Nelson Moss ( Keanu Reeves) a se abrir para as pessoas e para o amor.
Comentários
Essa é a mais pura verdade! Abrir-se para o mundo é compartilhar esse amor que tantos pregam, mas que nem sempre praticam.
Uma palavra, um sorriso ou uma lembrança são gestos que fazem muito bem para o coração de todos nós.
Beijos e bênçãos plenas...
)O( Rowena
Um grande beijo,
Anna