Meus mundos
Quando me refugio em meus mundos imaginários ninguém
consegue me encontrar na superfície.
Não sou como o andarilho, o viajante, que precisa
peregrinar pelo mundo físico para se encontrar, ou quem sabe escapar, ou
simplesmente estar.
Minhas aventuras estão em mim mesma, em meus mundos
submersos, interiores.
Através deles transcendo os meus limites e visito os
outros mundos onde também habito.
Crio dimensões talvez já existentes e flerto com cada
rosto que encontro, com cada sentimento e emoção.
E tudo isto me preenche de uma forma inimaginável e me
faz ser completa, inteira, perfeita...
Perfeita, dentro de minhas próprias imperfeições. Quer
algo melhor que isto?
Mas nada disso impede que alguém venha e me dê a mão, me levando para desbravar
horizontes neste mundo concreto.
Posso subir montanhas, mergulhar em rios, oceanos e
lagos...
Posso correr pelos campos, subir em árvores, sentir o
vento agitando os meus cabelos, enquanto você segura a minha mão.
Pois também amo esse mundo que muitos chamam de
ilusão, mas que para mim é mais um entre todos os outros, com a mesma
importância, na mesma Unidade.
É o mundo que meu corpo habita.
Esse corpo que eu também amo.
Pois me faz sentir o prazer, as sensações, os
sentidos, a conexão com a Terra, que também é divina.
E assim vou vivendo em todos esses mundos divinos.
Procurando exercer a divindade que está em mim em todos eles.
E nesse interagir de mundos, vou tecendo o meu próprio
reino, pois sou assim, como um caleidoscópio, misteriosa e transparente, cheia
de cores, formas e nuances...
Anna Leão (favor mencionar autoria e fonte ao reproduzir este poema)
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