FECHANDO CICLOS...
O que seria dos começos se não fossem os finais? Quase sempre, para começarmos algo novo, precisamos promover um término. Precisamos largar, deixar ir, para podermos receber o novo. Para abrirmos um novo capítulo em nossas vidas muitas vezes é necessário deixar morrer.
Geralmente são corações que se
partem, lágrimas derramadas e um sentimento de fracasso. Isto normalmente
acontece nos finais de relacionamentos amorosos. Namoros, casamentos, casos,
enfim, não importa; o importante, por mais que seja sofrido o término, é olhar
com outros olhos para ele. Não com um sentimento de fracasso, mas de gratidão.
Não houve fracasso e, sim, aprendizado.
Houve maus e bons momentos, como em tudo na vida. Deu certo enquanto
durou e é isto que importa.
Nada dura para sempre e, muitas vezes, quando dura
é por comodismo, por medo, enfim, por motivos que não ajudam o crescimento, a
expansão e a fidelidade a nossa própria natureza. Diga-me: o que adianta ser
fiel aos outros, se não formos fiéis a nós mesmos? Para sermos, realmente,
fiéis a alguém, precisamos ser fiéis a nossa própria natureza. Pois se estamos
mentindo para nós, estamos mentindo também para os outros. Por isto o
autoconhecimento ser tão importante. Precisamos
nos conhecer profundamente para sabermos, de fato, quem somos, o que queremos e
quais os nossos valores reais. Assim não fingiremos ser o que não somos, não
prometeremos o que não podemos cumprir e, seremos autênticos e transparentes.
Temos a visão romântica do que até a
morte nos separe, reforçada por uma sociedade que quer nos formatar a todo
custo. Por isso uma família quando se desfaz é motivo de comoção. Mas existem
muitas formas de ter uma família, de fazer parte de uma. Assim como existem
muitas pessoas que não são talhadas para formar uma família, pelo menos de
forma convencional. E como essas pessoas sofrem! Como vivem em conflito tentando
se encaixar em um papel que não combina com elas.
Mas este texto sobre finais não está
restrito só ao término de relacionamentos amorosos. Delonguei-me um pouco nele
porque para a maioria das pessoas isto machuca muito. Mas há várias formas de sinais
de finais de ciclos, tanto internos quanto externos. Se pararmos para pensar
bem, veremos que em todas as mudanças significativas de nossas vidas há uma
morte para haver um nascimento, ou mesmo, um renascimento. Quantas vezes precisamos
largar uma profissão para podermos começar outra? Quando mudamos de cidade ou
país, houve toda uma morte do estilo de vida que levávamos naquele lugar; uma
morte de relacionamentos, contatos pessoais... E o novo se descortina em outro
lugar, com nova energia, novas pessoas, novo modo de viver.
Para expandir é preciso deixar algo
para trás, é preciso deixar morrer… Sejamos gratos por tudo que passamos, que
aprendemos, que recebemos e tivemos a oportunidade de dar. Encaremos isso com
um sorriso no rosto, uma leveza no coração e uma certeza de que um belo novo
ciclo está por começar.
Por Anna Leão (Favor mencionar autoria e fonte ao reproduzir este artigo).
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