Dia 27 - Um Dia Druídico

 


O despertador toca uma música suave, eu acordo e me espreguiço ainda na cama indo parar na postura da criança da yoga, onde me detenho por alguns instantes. 

Depois do meu café da manhã, que toda semana compartilho com os Ancestrais, abro as janelas, olho para o céu e reverencio os Deuses. Olho para as árvores no parque em frente ao meu quarto, saúdo os Espíritos da Natureza. Avisto a montanha mais atrás e é a vez de saudar os Ancestrais. Finalizo pedindo aos Deuses que me ajudem a ter um dia tranquilo, agradável e produtivo.

Quando é dia de minhas aulas de natação no mar é para os domínios de Manannán que me dirijo. E é aqui onde vou me deter e falar um pouco sobre essa experiência incrível que estou vivenciando que, por si só, já é uma experiência druídica que permeia os meus dias.

Sempre amei o mar e sempre o tive perto de mim, moro no Rio. Entretanto, sempre fui aquela de ficar na beirinha, pois tinha medo de passar da arrebentação. Isso acabava que não me motivava muito para ir à praia.

Há alguns meses eu refletia sobre três coisas que acho que todo mundo deveria saber fazer: dirigir, cozinhar e nadar. Aprendi a nadar na piscina quando criança, mas percebi que não era o suficiente para me fazer sentir segura no mar, pois nem sei se, realmente, eu sabia nadar de fato. E de qualquer maneira no mar é bem diferente. Então me veio a grande ideia. Será que existe aula de natação no mar? - perguntei-me.

Fui pesquisar na internet. E não é que existe?! Vibrei com aquilo. Estava na hora de vencer desafios e me superar! Entrei em contato, marquei uma aula experimental. Comprei um maiô de natação, e investi porque sabia que iria continuar.

Eu estava muito entusiasmada! Eu precisava movimentar as coisas, me mexer mais, estar com mais gente, fazer coisas diferentes, a começar por acordar bem mais cedo do que o costume, algo que não é muito fácil para mim.

Conclusão: Estou amando estar no mar! Tem sido o melhor momento do meu dia. E não que o resto do dia não seja bom, porque é. Já fui para o fundo, muito além da arrebentação, já aprendi a flutuar, e o melhor de tudo, em nenhum momento senti medo. É um momento de extrema consciência, onde estou inteira, presente no aqui e agora o tempo todo, integrada com a Natureza e comigo mesma. É um momento de extremo prazer.

Às vezes me pergunto como não fui ter essa ideia antes. Mas sei que tudo acontece na hora certa. Uma nova Anna nascendo, mais pró-ativa, com novos desafios, responsabilidades, se superando e surfando nas ondas da vida com fluidez e constância. 

Tem horas que me pergunto de onde veio essa ideia quase assim do nada. Ah, a senhora não sabe, Dona Anna?! 

Que Manannán Mac Lir abençoe todos nós!

Sadb Leannan Coll


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