PRODUZIR É PRECISO

De Metamorfose


Durante estes dez dias em que fiquei mergulhada na pré-edição do meu livro A RAINHA DA FLORESTA senti uma falta enorme de escrever. Percebi isto em meu corpo, meu humor, minha energia e estado de espírito.

Finalizei a pré-edição do livro na sexta passada, e me concedi férias até amanhã. Não sei pra quê. Neste período comecei a sentir uma vazio e uma falta de entusiasmo dentro de mim. Enquanto eu estava envolvida com o livro tudo bem, mas depois...

As demandas práticas da vida, como arrumação na casa para uma descupinização, assim como pintura em um quarto, me sobrecarregaram de um modo que, sem o ato de escrever para me salvar, me deixaram esgotada e consequentemente irritada.

E é me sentindo exatamente desta maneira que decidi antecipar a minha volta com textos inéditos ao blog para hoje, agora!

Você pode argumentar que eu poderia estar escrevendo mesmo sem postar. E concordo até certo ponto, até porque escrevo a continuação de A RAINHA DA FLORESTA, paralelamente ao blog, assim como as poesias que estou sempre escrevendo.

Mas acontece uma coisa, o blog é um canal de expressão de troca imediata e por isto, só ele poderia me fazer sentar aqui neste momento de tumulto doméstico (sim, tudo por uma boa causa, graças à Deusa) e me fazer escrever.

Para escrever meus livros e poesias preciso estar centrada, serena, com um tempo não só externo, mas também interno, para me dedicar a este tipo de escrita. Já meus textos aqui no METAMORFOSE não precisam de tanta elaboração, são mais vitais, talvez, mais imediatos e com certeza, o retorno rápido também contribui para isto.

É uma ideia, um sentimento, uma emoção que precisam escoar e este é o canal. Eu sei que alguém receberá está informação quase que imediatamente e esta troca energética me dá o entusiasmo de que eu preciso. Eu tiro a sobrecarga de uma forma construtiva, pois a elaboro e mando uma informação para alguém, que a recebe com uma energia renovada.

A escrita é uma Arte, mas também um meio de comunicação. Aliás, qualquer Arte é um meio de comunicação, mas acho que a escrita carrega esta missão de uma forma mais objetiva, até porque não é qualquer escrita que é Arte.

Tudo isto me faz ter certeza de que eu sou uma pessoa, e talvez muito de vocês, que não pode ficar muito tempo sem exercer o seu ofício. Acho que isto acontece com quem trabalha com a criatividade, com um canal de expressão.

Mesmo tendo deixado os armários por esvaziar e a fisioterapia para depois me sinto agora com ânimo para tudo isto,mesmo que com menos tempo, mas não estou mais irritada, nem letárgica. Aliás, muitas vezes quando temos muito tempo produzimos menos, já observei isto comigo.

Não é viver sobre pressão, pois isto não dá certo comigo, até porque tenho um tempo mais lento. Mas acho que a questão é compromisso. E percebo que ter compromisso é importante para mim, não tira a minha liberdade, pelo contrário, valorizá-a. Hum! Acho que já estou pronta para casar! Brincadeira!

Acho que a questão toda se resume em produzir. Produzir naquilo que nos satisfaz, naquilo que sabemos fazer, naquilo que sentimos contibuir de alguma forma, naquilo que não sabemos viver sem fazer, tudo isto junto.

Este produzir nos alívia, nos compensa, nos dá prazer e nos ajuda a encarar as coisas chatas, que acabam não sendo tão chatas assim.
No meu caso este produzir é a escrita. E no seu?

Anna Leão

Comentários

Lydiah de Arddhu disse…
Amada,

seja muito bem vinda de volta!!!

Escrever é um vício e nós sabemos disso!

Entendo perfeitamente o que você sentiu - ainda que o motivo tenha sido mais do que justo e nobre.

Agora que estou bebendo do vinho e saboreando suas palavras, penso do que não consegui te dizer mais cedo, por e-mail.

E, na verdade, tudo o que sinto agora tem muito a ver com o que você sentiu.

Herdei dos Mendonça a Magia, mas herdei dos Gomes a necessitade pela escrita.

E deixe-me parar por aqui que já senti saudade em excesso dos homens Gomes da minha vida por hoje.

Se você estivesse aqui neste instante, estaria bebendo do vinho comigo. Mas espero que você esteja fazendo o mesmo!!!

Beijos enorme,
Lydiah.
Unknown disse…
O meu?!
É quando não sou,
quando não estou com um "eu",
e deixar aquilo que passou,
enlutar o que morreu
e renascer
naquilo agora chegou!

Assim é, quando a música sai de mim e me deixa solto no ar através da invisível voz ou imperceptível violão.
Anônimo disse…
Lydiah, minha amiga, te amo!!!!!

Brindemos a nossa amizada!
AH! Como gostaria de estar aí!

Beijo enorme pra vc também!
Anna
Anônimo disse…
Que lindo, João!

A essência de um escorpião...
Saudades!

Anna