Rasgados profanos
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Meus traços marcados, meus lábios rachados Não conseguem pronunciar mais o teu nome Quero me encantar novamente Mas os sulcos em minha face parecem não permitir Olhe para mim e me diga o que tu vês Eu mesma já não vejo nada quando olho no espelho empoeirado E como poeira do deserto sinto-me perdida e fragmentada dentro do meu próprio ser Já não bastam mais as palavras Já não bastam mais os holofotes sobre mim O que eu quero eu não sei Só sei que me perdi no tempo Me perdi de tudo em que me havia fixado Serei eu já uma anciã ou um bebê pronto para nascer? Não sei o que tu pensas Só sei que o amor por ti findou E hoje, não mais menina, me sinto só e sem esperança. Não me afaste da dor Pois ela me ajuda neste momento Pelo menos tenho algo a me agarrar Algo para abraçar Mas virá o dia em que nem mesmo ela eu terei Então estarei pronta para largar a tua mão e sair sozinha Subir as montanhas Mergulhar nos lagos Voar com os pássar...