Você respeita o seu próprio ritmo?
Nós temos um ritmo pessoal. Assim como temos nossa essência
única, a nossa natureza singular, temos também o nosso próprio ritmo. No mundo
urgente em que vivemos, onde a máxima “tempo é dinheiro” ainda dita as regras,
aquele que tem o ritmo mais lento se sente muitas vezes um peixe fora d'água.
Por favor, eu lhe peço: “Seja generoso consigo mesmo". Não
se cobre tanto e respeito o seu próprio ritmo, flua com ele e através dele.
Você se surpreenderá ao ver como as coisas irão fluir melhor e fazer mais
sentido.
As pessoas com um ritmo mais lento podem sofrer muito neste
mundo corrido em que vivemos. Mas elas, ou melhor, nós, pois eu me incluo aqui,
precisamos aprender a não nos cobrarmos tanto e a seguirmos a nossa própria
maré. Pessoas como nós têm uma tendência maior à contemplação, o que é de vital
importância para a saúde mental e emocional do ser humano.
Já quem tem um ritmo mais acelerado também não pode querer se
cobrar a diminuição da marcha. A princípio pode parecer que estes têm um
excesso de energia que precisa ser escoado, mas na realidade, a ligação entre ritmo
e energia é mais complexa do que pode parecer. Um excesso de energia não está
relacionado apenas a quem tem um ritmo rápido. Por exemplo,um excesso de
energia não canalizado adequadamente pode gerar uma estagnação da mesma que
acarretará em apatia e letargia, fazendo com que o ritmo da pessoa caia.
Por isto é muito importante sabermos usar a nossa própria energia
de forma correta, o que vai ajudar a conhecermos e respeitarmos o nosso ritmo. Não
importa se a energia é física, mental ou emocional. O ideal é que ela seja
extravasada no próprio nicho, podemos dizer assim. Se há um excesso de energia
física, precisamos movimentar mais o nosso corpo. Se há um excesso de energia
mental, trabalhar com o intelecto é a melhor coisa. Já a intensidade emocional
pode ser canalizada através da arte, ou mesmo através dos relacionamentos. Neste
caso, não cobrando do outro, mas ao contrário, se doando mais. Tanto pode ser
uma doação individual, como uma doação coletiva.
Existe também a possibilidade de fazermos transferências dessas
energias. Por exemplo, se há um excesso de energia mental ou emocional, podemos
escoá-la numa atividade física. Mas em todos os casos o nosso relógio biológico
interno precisa ser respeitado.
Quanto mais formos conhecendo-nos e nos respeitando, mais vamos
conseguir impor o nosso próprio ritmo no nosso dia-a-dia; mais vamos conseguir
ter um bom senso de não cairmos na ansiedade ou na procrastinação. Pois ter um
ritmo lento não é ser preguiçoso, assim como ter um ritmo rápido não é
atropelar as coisas. Quanto mais conseguirmos ouvir o nosso próprio ritmo
interno e sermos fiel a ele, mais conseguiremos sintonizá-lo com o ritmo da
vida.
Anna Leão (Favor mencionar fonte e autoria ao reproduzir este artigo).
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